13 de jan. de 2010

PERDAS


Como superar uma Perda

dose+forte_perda

Impotência, frustração, dor, choro, sentimento de fracasso, se perde a esperança, a vida parece não ter mais sentido.
Todos perdemos, algo ou alguém, e nos vemos massacrados por esse turbilhão de sentimentos que parecem, primeiro, nos deixar sem atitude e depois, com o passar dos dias, nos mata pouco a pouco.
Eu já também já perdi, em alguns momentos da minha vida: Quando me casei, tive que deixar a casa do meus pais para assumir minha nova condição de esposa. Todo o ambiente de proteção, de cuidado e atenção que minha família sempre me proporcionou teve que ficar para trás. Cabia a mim agora, a tarefa de formar uma família, e tive um ótimo exemplo em casa!
Alguns anos depois, me sentia realizada: como esposa, como mãe, como a melhor amiga da minha filha… Mas aconteceu algo inesperado – perdi meus filhos – os dois ao mesmo tempo.
Tudo desmoronou, sofri muito, chorei, por uma dor insuportável que me sufocava. Me vi sem forças, sem atitude, mas consegui vencer esse sentimento que domina por completo nossa razão.
Para se sincera, parecia que não iria suportar aquela dor cruel. Só existiam lembranças boas, saudades e uma voz tenebrosa que parecia me compreender, porém acusadora. Era um sentimento terrível! Estava fraca e muito sensível!
Eu fiz o que sempre aprendi. Pedi forças a Deus, porém os sentimentos e a lembrança gostosa do passado me mantinham presa a dor. Não conseguia ver o além, e nem o melhor para mim.
Parecia ter perdido o meu chão, mas vi que enquanto eu alimentava aquela dor, aquele sofrimento, ele não iria embora, mesmo crendo em Deus.
Deus falava comigo, a voz Dele era bem baixinha. Descobri uma coisa, a voz do meu ego era mais forte que a Dele. É claro, que Ele me respeita, e deixou eu tomar as minhas próprias decisões.
E eu tomei, contra a minha vontade. Fui no altar de Deus, na minha Igreja, e ofereci aquilo que eu não queria entregar. Mas entreguei, chorando, sabendo que estava nutrindo algo que não me trazia nenhum benefício. Eu decidi entregar não somente meus filhos, mas os sonhos de ter outro para substituir aquela dor.
Quando desci daquele altar, me vi, como se estivesse diante de um espelho, e vi o quanto eu estava lutando somente pelos meus direitos (como mãe), e não de dar a aqueles que sofrem o meu apoio.
—— Mas, você tem direito de ser feliz! Talvez você esteja aí se perguntando —-
Sim tenho todo direito! Porém, não tinha como trazer os meus filhos de volta! Não tinha como ficar vivendo de uma dor que não teria solução! E porque seguir alimentando somente os meus sentimentos, que não me traziam nada de novo?
Realmente tive que ser dura comigo mesma, a ponto de não ser compreendida pelas demais pessoas. Foi isso que me capacitou, porque dei a Deus o que mais eu queria.
Sentimento é a força do nosso coração. Ele se alimenta do sentir, de tudo que machuca. Mas o que salva e nos capacita sermos livres, é o dar, é entregar ao que nos pertence.
Se hoje tenho forças para relatar algo tão pessoal, é para que você saiba que também sou “humana” e sujeita as mesmas perdas que você tem sofrido em sua vida. Mas de onde saquei forças, de onde veio o socorro?
—E o que aconteceu comigo depois de entregar meus sonhos? —
Tudo se fez novo dentro de mim, tive milhares de filhos (não biológicos), que me trazem mais alegria, me sinto mais realizada porque são filhos que dão valor a todos meus ensinamentos.
—E eu como pessoa e ex-mãe?—
Me sinto livre, e muito feliz, com o que Deus fez dentro de mim. Tudo se fez novo, a Vivi egoísta foi embora junto com os pesos da alma.
Seja o que for que você tenha perdido, já se foi, existem novas conquistas esperando por você. Não seja escrava(o) dessa dor, você pode ser mais forte que ela!

Vivi Freitas

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